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18 set, 2018

O que é a Comunicação Não-Violenta?

A Comunicação Não-Violenta é um método desenvolvido por Marshall Rosenberg, psicólogo americano, o qual assenta num processo de comunicação baseado na honestidade, empatia e compaixão. No seio de cada relação a comunicação é um elemento primordial que permeia e caracteriza cada interacção. De modo a desenvolver uma comunicação não-violenta Rosenberg formulou princípios e técnicas poderosas, as quais aprimoraram os relacionamentos estabelecidos em diferentes contextos. O psicólogo difundiu um modo mais consciente e compassivo de nos expressarmos e recebermos o que é comunicado. A atenção, respeito, compaixão e empatia são factores integrantes e determinantes nesta nova forma de comunicar.

Através da integração destes elementos é possível reverter padrões de reatividade, julgamento e crítica que podem inviabilizar por completo uma comunicação que satisfaça de forma igualitária as necessidade dos intervenientes.

De forma a aplicar a comunicação-não violenta na prática é necessário ter em conta 4 componentes a comunicar perante qualquer situação:

Expressa o que observas

Perante o que ocorre observa sem julgar ou avaliar e expressa o que percepcionas.

 

Expressa os teus sentimentos

Identifica e expressa os sentimentos que despoletam após o que observaste.

Expressa as tuas necessidades

Considerando o que observaste e sentiste, comunica em seguida quais são as tuas necessidades.

 

Expressa um pedido

Por fim, depois de assinalados os três passos anteriores, comunica um pedido que possa satisfazer as tuas necessidades. Importa sempre comunicar de forma positiva, clara e coerente.

 

Exemplo:

Em casa ao final do dia o filho adolescente chega a casa, senta-se no sofá e coloca os pés em cima da mesa de centro que a mãe acabou de limpar.

De forma a comunicar segundo o método de comunicação não-violenta, a mãe poderia comunicar deste modo:

  1. Vejo/ Noto que colocaste os pés em cima da mesa.
  2. Sinto-me um pouco aborrecida, pois acabei de limpar a mesa antes de chegares.
  3. Preciso que tenhas mais atenção com a tua postura em casa.
  4. Peço que tenhas mais cuidado daqui em diante/ Podes ter mais cuidado daqui em diante?

O pedido acompanhado pelos 3 primeiro elementos será atendido com mais recetividade e compreensão pela sua clareza e coerência. A articulação de todos os elementos no momento de comunicar permite uma expressão mais concisa, isenta de crítica e julgamento. Importa que a honestidade esteja presente na expressão de cada um, tal como a empatia no momento de receber.

A partilha das emoções e necessidades, para além do pedido, potenciam maior envolvimento na relação, humanizando e reforçando as conexões. A vulnerabilidade que muitas vezes é ocultada ou disfarçada nas relações  poderá aumentar a compreensão e partilha recíproca. Tanto no contexto familiar, profissional, escolar, terapêutico, relação de casal, a comunicação não-violenta é sempre aplicável. Importa também destacar que a comunicação não-violenta pode também ser usada de forma interna, de modo a desenvolver uma atitude mais compassiva perante nós mesmos.

Como factores de comunicação alienada são distinguidos o julgamento moralizador, comparação, exigência e desresponsabilização, os quais assumem-se por elementos que inviabilizam a compaixão e potenciam a violência.

A comunicação não-violenta é sem dúvida um método que urge aplicar nas várias relações que estabelecemos, promovendo uma atitude mais interessada, genuína e compassiva que pede uma acção de dentro para fora ou invés da simples reacção. É importante assimilar a informação, comunicar os 4 elementos e a partir de nós mesmos estabelecer uma comunicação honesta e objectiva.

Já conhecias este modo de comunicar? Parece-te importante aplicar este método nas relações que estabeleces?

 

 

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